quinta-feira, 17 de abril de 2014

Prefácio do livro "O mercenário"


Num dia qualquer de 2011, chegou à minha livraria um senhor portando algumas folhas soltas nas mãos e dizendo ser indicado por um professor. Pedi à minha atendente para acompanha-lo à sala de leitura, onde o recebi logo em seguida.
—Estou muito esperançoso—disse-me ele—pois meu filho escreveu um livro e eu gostaria de publicá-lo!
Perguntei-lhe o título do livro e ele não soube me dizer.
—Vou consultar o menino—respondeu ele.
—Menino?—Indaguei, surpreso!
—Sim, Vitor tem onze anos. Tenho algumas folhas para o senhor ver.
Pedi-lhe que as trouxesse e viesse com o filho no sábado seguinte, para eu conhecê-lo.
—Qual é mesmo seu nome?
—Ednilson!
—Seu Ednilson, vamos tomar um cappuccino com o menino, sábado.
No sábado, chegaram quando a loja se abria e, como havia prometido, logo providenciei que nos preparassem os cappuccinos. Perguntei ao garoto:
—Qual o título do seu livro, Vitor?
Sem titubear, ele respondeu com a rapidez de um escritor:
—“O recomeço da era”.
Gostei do título! O que é o recomeço da era?
—É a história de um mendigo que se tornou um guerreiro.
—E quantas páginas tem seu livro?
—De noventa a cem páginas.
O menino estava no caminho certo. Publicamos “O recomeço da era” e as vendas obtiveram enorme sucesso. Hoje tenho o prazer de prefaciar seu segundo livro, com o título “O mercenário”. Nesta segunda temporada, o segredo está na diversidade de personagens, com nomes imprevisíveis, e na originalidade do seu pensamento. Vitor consegue empregar a linguagem contemporânea dos adolescentes, descrevendo de maneira ímpar o que a juventude persegue no mundo digital. É impressionante sua maneira de criar nomes para os personagens. Essa habilidade e o roteiro original de suas histórias certamente cativarão a juventude, que encontrará motivação para a leitura e deixará assim de permanecer por longo tempo frente ao computador.
O sentido mais profundo da liderança na adolescência está em participar. A história desse menino surpreende a população em razão de sua tenra idade. Escolas solicitam palestras, ele recebe diversas premiações e há convite dos canais fechados de TV para entrevistas. Recentemente, teve participação exemplar no programa Revista de sábado, da globo.
Agora, diante de mais uma obra, estou encantado com a narrativa e com a capacidade de comunicação do autor, um adolescente visionário que tem seu ponto de vista moderno e cuja autenticidade e interesse pela  escrita o levaram à mais autêntica autorrealização. Vivendo em uma era em que a internet proporciona solidão permanente e perigosa para a infância e a juventude, Vitor mostra como e quando precisamos nos distanciar dos meios de comunicação que nos isolam do contato humano. O fator humano ainda é mais importante que o tecnológico. As grandes transformações são necessárias, mas os grandes pensadores serão sempre indispensáveis. Vitor surge como uma esperança, um exemplo de comportamento  a ser seguido.
O leitor vai perceber o encantamento desta história de liderança e organização e será surpreendido pela magia de nomes dos personagens como Ceiford, Sir Prisin, Zarrok, Kort, que vivem em Kastelian no continente de Mistakin. “O mercenário” é um livro que deve ser lido, apreciado e indicado aos amigos.
Usufruam todos desta magnífica história de liderança juvenil.

Mário Milani. Escritor e Jornalista.

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